sexta-feira, 3 de junho de 2011

Bactéria da família E.coli mata um na região


Aposentado de 58 anos morreu em 7 de abril em Votuporanga; Santa Casa chegou a fazer varredura para evitar transmissão a outros pacientes


Uma infecção provocada pela bactéria Eschericha Coli foi a causa da morte do aposentado Eleodoro Moraes, de 58 anos, no dia 7 de abril, na Santa Casa de Votuporanga.

Também conhecida como E.coli, a bactéria que contaminou o aposentado é da mesma família da que matou 17 vítimas na Alemanha e uma na Suécia nos últimos 15 dias.
Segundo especialistas, apesar de ser da mesma família, a bactéria que está matando na Europa possui uma variante que causa infecções letais.
São apenas alguns genes que separam a variedade comum no Brasil daquela que causa preocupação na Europa.
A Santa Casa de Votuporanga e a Secretaria de Saúde do estado confirmaram a contaminação da vítima pela bactéria E.coli na tarde desta quinta-feira (02), o que é comprovado por um exame entregue à família da vítima, ao qual o BOM DIA teve acesso.
Após a morte do aposentado, a CCIH (Comissão de Controle de Infecções Hospitalares) da Santa Casa de Votuporanga realizou uma varredura para verificar se a bactéria foi transmitida para outros pacientes. O resultado foi negativo para todos os demais testes.
Para a equipe médica que atendeu Eleodoro, o agravamento da infecção foi causado pelo estado delicado que o paciente estava após passar por duas cirurgias.
No dia 11 de fevereiro, o paciente, que era fumante, foi internado para trocar um válvula cardíaca. Depois de 15 dias, passou por nova cirurgia para refazer a sutura (costura) do peito, após uma crise de abstinência de cigarro.
“Depois de receber alta, ele começou a apresentar febre e tremores em casa. Cinco dias depois voltou a ser internado”, recorda Priscila Martins Moraes, filha de Eleodoro.

Foram quinze dias de exames, até que no dia 29 de março, a família foi informada de que se tratava de uma infecção pela bactéria E.coli.
Para Pedro Germano, sanitarista e professor da USP (Universidade de São Paulo), é muito pouco provável que a bactéria que matou Eleodoro seja a mesma que circula na Europa.
“Existem no Brasil formas da E.coli que podem causar hemorragias e infecções, mas nenhuma é adquirida de forma alimentar, como essa que está deixando a Europa em alerta”, afirma o professor.

Cuidados

A simples higiene pode evitar a contaminação, já que a bactéria - em todas suas variações - é transmitida por fezes, seja de animais ou do ser humano. Medidas básicas de higiene, como lavar as mãos após ir ao sanitário, ingerir alimentos processados de maneira adequada evitar contato pessoa a pessoa com mão contaminada, ajudam a minimizar o risco de possíveis infecções

Especialista descarta possibilidade de surto

Por não se tratar de um sorotipo com características de transmissão alimentar, a bactéria que matou o aposentado de Votuporanga não oferece risco iminente de um surto na região.
É o que avalia o sanitarista Pedro Germano, que é professor da USP. “Nesse caso, tudo indica que a bactéria encontrou um ambiente favorável para se reproduzir e se fortalecer no organismo”, afirma.
Ele explica que só o exame do tipo de soro poderia apresentar, com precisão, o índice de letalidade dessa bactéria.
Essa verificação foi solicitada pela Santa Casa de Votuporanga, mas o resultado ainda é aguardado pelo hospital.
“Tudo indica que se trata de uma bactéria oportunista, o que pode ser um risco para ambientes hospitalares, onde existem muitos pacientes vulneráveis”, afirma Germano.

A contaminação pela versão europeia da bactéria acontece pela ingestão de alimentos que tiveram contato com fezes de animais bovinos.
O sanitarista afirma que infecções causadas pelas variações da E.coli que circulam no país não costumam levar as pessoas à morte.
A Secretaria de Saúde do estado informou nesta quinta-feira (02) que a Santa Casa de Votuporanga não notificou a morte por infecção bacteriana, por ser de uma versão menos letal da E.coli.
A assessoria da Santa Casa de Votuporanga enviou nesta quinta-feira (02) à noite, por fax, exame que comprovaria mais uma contaminação que teria sido contraída pelo paciente, provocada pela bactéria “Staphylococus”.

Diferenças

A versão europeia da E.coli causa diarreia, sangramentos e insuficiência renal, podendo levar uma pessoa inicialmente saudável à morte em até 15 dias.
Já as variações da E.coli que circulam no Brasil, normalmente são inofensivas às pessoas saudáveis, mas se desenvolve rapidamente naquelas que estão com baixa imunidade e que ficam mais vulneráveis à atuação dessas bactérias.
No caso de Eleodoro, a bactéria atacou os tecidos do coração.

Fonte: Rede Bom Dia

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